terça-feira, 11 de maio de 2010

quinta-feira, 5 de março de 2009

Crônica da Cidade

O dia começou tenso. Transito infernal, buzinaço, calçada cheia de gente. Esta é a vida de sexta-feira em Belo Horizonte. Um amigo me pergunta: “rapaz, que dia é hoje?”. Respondo: 1º de Junho. “Cara, daqui a pouco é Natal !!!”, diz.
Esqueço.

Ando pelas ruas de Belo Horizonte e procuro algo para fotografar. A inspiração ainda não aparece, mas havia em mim uma certeza de que, alguma coisa iria dar certo hoje. Fui ao Parque Municipal. O Coreto com os seus ladrilhos vermelhos combinando com as rosas do jardim que o rodeava, me deixavam mais calmo, mais inspirado.

Pronto. Comecei. Vi flores, pássaros, jardins, monumentos que a cidade esqueceu, não sei, mas de alguma forma, via uma tristeza na senhora que estava no banco quebrado; no jovem que olhava intensamente para a ponte do lago que estava pichada.

Descobri algo interessante. Um moço de mais ou menos 60 anos, me disse que em sua época, existia um local no parque onde os burrinhos, que carregavam as crianças nas costas, descansavam à sombra e bebiam água. Era chamada “fonte dos burrinhos”. Corri para lá procurando algo daquela velha BH, que quando eu era criança, brincava na areia do parque com meninos que mal, mal conhecia. Vida boa aquela época.

Decepção. A fonte estava lá, mas mudou. Mudou como as várias reformas feitas pela prefeitura. Reforma plástica, sem vida, retirando a história e a memória de quem gostava daquele local. Me refiz. Saindo do parque, me deu na cabeça de entrar no Othon. Que doideira. Nunca havia entrado aqui. Pasmem, no saguão do hotel havia obras de Guinard.

Comentei com a recepcionista que gostaria de fazer algumas fotos “privilegiadas” do parque do último andar do hotel. Identifiquei-me. Pode subir, disse-me com um aceno. Já no elevador, não consegui conter os risos. Vigésimo quinto andar. “Bacana cara, dá para ver tudo daqui”, disse.

Dali via aquela nuvem cinza de poluição que o dia normal da cidade faz. Via as pessoas andando como formigas, aliás, nos grandes centros olhando de cima, as pessoas são como grandes formigas. Continuei á tirar fotos, parece que os prédios no entorno do parque o vigiava, sufocava, como último resquício de verde no centro da cidade. Chega, disse. Imediatamente fui ver como estavam os antigos cinemas da cidade, Metrópole, Royal, Palladium.

Todos mortos pelo blockbuster dos shoppings. Goiás com Bahia. Cadê o cine metrópole ?. Perguntei a um senhor sentado à praça. “Virou Bradesco, não está vendo. Neste lugar conheci minha esposa. Nos encontrávamos muito aqui. Depois do cinema, íamos ao parque conversar e namorar um pouco”, disse o senhor.

Uma lágrima saiu dos meus olhos. Duas pessoas com saudade de um tempo que não volta. Imediatamente corri à praça sete. Queria ver o cine Brasil, aquele do estilo romântico, projetado como sala de espetáculo de teatro e ao mesmo tempo de cinema. Mais decepção. Quebrado, sujo, abandonado. Como tudo que era importante para muita gente em Belo Horizonte.

Com o coração doído, fui tirando algumas fotos. O cinema onde minha mãe me trazia para ver os últimos lançamentos estava morto. Seu corpo estava ali. Só faltava enterrá-lo. O vermelho do letreiro da fachada não era mais vivo. Estava desbotado. Suas lâmpadas de neon se quer chamavam a atenção das pessoas, que passavam na praça em correria, com os sanduíches à boca, sacolas. Outros gritando para vender suas fotos 3 por 4. Ninguém mais vê o cinema. Ali, tá na cara. Uma lei e aquilo tudo acabou.

Mais uma sala de cinema em um shopping, e toda a história de passagem de vida das pessoas se foi. Um garoto, moreno, sorriso branco, calça Jeans rasgada no joelho, de mais ou menos 16 anos me perguntou: “Aqui moço. Porque o senhor está fotografando este prédio velho ?”. Olhei no fundo dos olhos dele. Me vi naquela idade.

Suspeitei que ele não sabia de nada sobre aquele local. “Que pena, pensei”. Num sobressalto lhe disse: “aqui deixei minha memória de criança. Os filmes que vi e que não via. Aqui meu rapaz, eu corria de um lado para outro, pelas cadeiras do grande cinema, com seus tapetes vermelhos, como o fogo. Eu despistava o lanterninha, para assistir mais uma sessão do filme. Lembro como se fosse ontem. Parecia estar dentro de um outro mundo”.

Percebi que o garoto me olhava intensamente. Me refiz de imediato. E olhando para outro ponto da praça murmurei: “Monumentos como esse garoto, contam a história e vida de Belo Horizonte, onde as pessoas se encontravam, namoravam e se conheciam. Lugares que contam a vida boemia e saudosa da cidade, que a cada dia se desmancha no ar”. Fitando-me , disse: “Ah, sim.. entendo...” E saiu.


Pólio Marcos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

BH é destaque nacional no setor da Informática

Capital mineira está em terceiro lugar no ranking de utilização e vendas do setor

Com 42% da fatia nacional do mercado de desenvolvimento comercial e tecnológico, Belo Horizonte já atraiu mais de 20 empresas estrangeiras. Entre elas já instaladas estão a AIX Sistemas S/A, ETEG Internet Ltda, NoTI Tecnologia da informação, 90 informática Ltda, TTY2000 Tecnologia e Sistemas Ltda. Todas manufaturam insumos de informática em diversas regiões de Minas, gerando emprego e comercializando produtos. No país já são mais de 100 em funcionamento.
“Belo Horizonte tem apresentado um crescimento avançado nas vendas de Notebook, Pen drives e mídias. E hoje para sobreviver neste mundo de competição não tem outro jeito, a informática é essencial”. Afirma o técnico em informática Paulo Eduardo Vidigal, de 24 anos.
Se desenvolvendo a partir do regime de incentivos diversos, centrado na substituição de importações, a Indústria de Tecnologia da Informação, nos segmentos de Hardware, Software e serviços técnicos de informática ajudaram o Brasil em 2007, gerando mais de US$ 15 bilhões anuais. Cerca de 2,5% do PIB. Segundo o BNDES, que articula políticas de investimentos para o setor, o Brasil busca novas estratégias de desenvolvimento embasadas na lei de vantagens comparativas, aliando capital humano, tecnologia e flexibilidade institucional.
As ofertas de crédito de financiamento do consumo para as classes de baixa renda associada a uma vasta distribuição física conduziram ao crescimento o mercado oficial frente ao mercado ”cinza”. As vendas de computadores no varejo no estado segundo a FIEMG, cresceram a uma taxa média de anual de 119, 1%, nos dois últimos anos, mesmo patamar da nacional.
Mesmo com os altos valores cobrados pelos provedores de internet e a falta de punição dos crimes de informática, alguns acreditam que computador não é mais artigo de luxo. “Devido á necessidade, as pessoas têm mais acesso ao computador. Com o crédito ficou tudo muito fácil”, conclui o ajudante de produção Fernando Roger Silva Luciano de 23 anos.
Por Pólio Marcos

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

INSS entra na era digital

Ferramenta de digitalização é indispensável para a agilidade no atendimento aos segurados da instituição.

Se é preciso ter zelo quanto a guarda de nossa documentação pessoal, como Carteira de Trabalho, Certidão de Nascimento, dentre outros, imagine então preservar um acervo de milhares de documentos da vida laborativa dos segurados do INSS. Ou ainda daqueles processos produzidos pela área administrativa de uma instituição que tem mais de 85 anos? Graças ao esforço e empenho dos servidores e aos investimentos maciços do INSS na criação dos Centros de Documentação da Previdência – CEDOCPREV – hoje, a realidade do acervo documental da instituição é totalmente diferente.


Foto: Cedocprev INSS

Além de reformas e construções de novos arquivos e agências espalhadas por todo o país, a parte tecnológica merece significativo destaque. Uma das ferramentas empregadas para a proteção e trânsito dos documentos entre os centros de documentação e as agências da Previdência Social utilizados é a Unidade Central de Atendimento a pesquisas processuais, um programa denominado “Capture”. “O aplicativo não acaba com o arquivo físico, no entanto, o protege durante o trânsito entre as agências e setores da Previdência, evitando-se fraudes”, Afirma o servidor Cláudio Sérgio Santana Silva, que trabalha á 10 anos no INSS.



Segundo ele, a ferramenta “Capture” permite a redução de tempo na resolução de informações aos segurados e proporciona também uma consulta limpa ao arquivo, sem prejudicar a saúde do servidor e ainda a disponibilidade do processo para as agências em formato digital em 24 horas. “Processos de benefícios referentes à revisão de direitos, recursos ou demandas judiciais podem ser enviados ás unidades do INSS por correio eletrônico, CD, DVD e até pendrive”, afirma o servidor.


“A realidade é muito diferente nos dias atuais. Se antigamente tínhamos problemas para proteger e enviar documentos, hoje a digitalização já é futuro dentro da instituição”, afirma Cláudio Santana. Em Belo Horizonte, o INSS possui um arquivo com um acervo de mais de 650 mil documentos arquivados de A à Z com o devido monitoramento e organização e sendo digitalizados pelo programa Capture.


Saiba como funciona um centro de documentação da Previdência Social:



As agências e setores do INSS fazem a solicitação do documento específico para o CEDOCPREV:



O servidor se dirige á galeria e localiza o documento...



...O documento passa por uma "higienização"...



...é realizada uma “preparação” do documento para a digitalização...


...digitalização é feita no programa Capture....


... através de um scanner especial de produção que realiza o escaneamento com uma velocidade de produção de 60 páginas, gerando 120 imagens frente e verso por minuto ...

...o documento é digitalizado...


...volta para a “preparação” para a remontagem do processo...


...volta para a caixa – empacotamento - e para o arquivo.


Depois é disponibilizado na rede através de um gerenciador de conteúdo, um local virtual aonde todas as APS´s têm acesso. Neste caso a APS faz o Download do arquivo.


*Fotos sequenciais - Pólio Marcos

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

No Diálogo de "informação e contra-informação", José Cleves relata que a história dele é um exemplo dantesco


Por Pólio Marcos

Figura emblemática
, o Jornalista José Cleves, acusado de ter assassinado a própria mulher há oito anos, não esconde a indignação por ter sido denunciado injustamente, segundo ele, pela própria polícia. Com variantes ora de um discurso sobre a ética de jornalista pouco fastidiosa e outra contundente a socos encolerizados acerca do caso que abalou sua vida, José Cleves mostrou-se também afeto as questões midiáticas atuais, na palestra realizada na Faculdade Estácio de Sá na “Semana da Comunicação”.


“Fui ridicularizado, minha vida foi vasculhada e tive que provar que não fiz nada”, declarou o Jornalista. Com um processo de 1.600 páginas, Cleves relatou que em três julgamentos, o último no Superior Tribunal de Justiça, que também o absolveu com 25 votos pela acusação de assassinato, estava trabalhando no Jornal Estado de Minas na época. “Provei que a polícia, imprensa e o Ministério Público estavam errados”, diz.


José Cleves é autor de várias matérias consagradas pelo Prêmio Esso de Jornalismo de denúncias de corrupção no DETRAN/MG, na "banda podre da polícia", o comércio ilegal de armas e as máfias dos caça-níqueis. Não só o prêmio lhe rendeu. As denúncias, segundo ele, deram um saldo de duas CPI´s no Congresso Nacional e três em Minas Gerais. “Incomodei muita gente, encontraram neste episódio uma forma de se vingarem”, declara Cleves que assegura que o complô do assassinato de sua mulher fora uma vingança.


Dentre os bancos vazios do auditório da Estácio de Sá, José Cleves colocou em cheque uma veracidade importante: a imprensa brasileira ainda coleciona traços de uma herança malévola da época da ditadura militar. As fontes “oficiais”. Para Cleves, os jornalistas não estão acostumados a questionar laudos técnicos. Em seu caso, por exemplo, várias provas desapareceram sem deixar nenhum vestígio.


Trabalhando atualmente no Jornal Nova Lima Times, a maior dúvida em seu caso seja o silêncio dos colegas jornalistas que foi escancarado, como a da “Escola Base”. O Jornalista apóia-se que o circo armado da polícia foi veemente. Apoiado pela família, Cleves afirma que sofreu e chorou muito. No íntimo, queria brigar e resolver tudo na “marra”. No entanto, não quis falar do relacionamento com a esposa assassinada, argumentando ser uma ferida ainda não cicatrizada.
Veja o vídeo....

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crise mundial nas bolsas

E sobre a crise..
que crise?

quarta-feira, 2 de julho de 2008